Jambu

Por Gustavo Steffen de Almeida

Quem nunca ouviu falar em pato no tucupi ou em tacacá? Estas receitas, que fazem parte da culinária de estados como o Pará – e são sucesso entre os turistas –, têm como um de seus ingredientes mais importantes o jambu (Acmella oleracea). Planta pertencente à família Asteracea, o jambu, também conhecido como agrião-do-norte, é originário da região amazônica, mas é encontrado até em países asiáticos.

Mas não é só na culinária que o jambu se destaca. Na cultura dos povos indígenas da Amazônia – que segue mantida por seus descendentes habitantes das cidades e ribeirinhos – é comum o uso do jambu na medicina popular, principalmente contra dores de dente ou ferimentos.

Planta do jambu seca, que tem mostrado aplicabilidade em produtos médicos, além do uso na culinária.

Tornando-se conhecida por essa fama de “remédio” dentre as populações ribeirinhas, a planta passou a despertar o interesse de pesquisadores de diferentes universidades brasileiras. O interesse na bioprospeccção – processo de obtenção de novos compostos químicos a partir da biodiversidade – tem levado a A. oleracea ao foco de consistentes pesquisas científicas, que já renderam, inclusive, depósitos de ao menos quatro patentes para a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Rodney Alexandre Ferreira Rodrigues, pesquisador do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas – CPQBA, da Unicamp, vem realizando uma ampla gama de projetos envolvendo o jambu e, mais especificamente, seu principal composto ativo, chamado espilantol.

“Ao comerem pratos contendo o jambu, as pessoas relatam sentir certa sensação de dormência na boca”, conta Rodrigues. Aliando-se isso ao uso na experimentação popular, explica, surgiu o interesse em entender o porquê dessa dormência, que poderia estar relacionada ao suposto efeito analgésico. Pesquisas preliminares demonstraram que a substância espilantol, da classe química das alquilamidas, seria a principal responsável pelo efeito.

Dada à expertise que o CPQBA possui em plantas medicinais, e ao cultivo no próprio centro experimental, foi possível compreender melhor as características agronômicas da planta e avaliar como as formas de cultivo interferem na concentração de compostos. Utiliza-se, para a obtenção do extrato, a chamada parte aérea da planta – caule, folhas e flores. “Está se avaliando se vale a pena usar partes distintas. Nas flores o constituinte químico é mais concentrado”, revela Rodrigues.

O pesquisador Rodney Rodrigues mostra os equipamentos usados para obter o extrato de jambu.

Tornando-se conhecida por essa fama de “remédio” dentre as populações ribeirinhas, a planta passou a despertar o interesse de pesquisadores de diferentes universidades brasileiras. O interesse na bioprospeccção – processo de obtenção de novos compostos químicos a partir da biodiversidade – tem levado a A. oleracea ao foco de consistentes pesquisas científicas, que já renderam, inclusive, depósitos de ao menos quatro patentes para a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Rodney Alexandre Ferreira Rodrigues, pesquisador do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas – CPQBA, da Unicamp, vem realizando uma ampla gama de projetos envolvendo o jambu e, mais especificamente, seu principal composto ativo, chamado espilantol.

“Ao comerem pratos contendo o jambu, as pessoas relatam sentir certa sensação de dormência na boca”, conta Rodrigues. Aliando-se isso ao uso na experimentação popular, explica, surgiu o interesse em entender o porquê dessa dormência, que poderia estar relacionada ao suposto efeito analgésico. Pesquisas preliminares demonstraram que a substância espilantol, da classe química das alquilamidas, seria a principal responsável pelo efeito.

Dada à expertise que o CPQBA possui em plantas medicinais, e ao cultivo no próprio centro experimental, foi possível compreender melhor as características agronômicas da planta e avaliar como as formas de cultivo interferem na concentração de compostos. Utiliza-se, para a obtenção do extrato, a chamada parte aérea da planta – caule, folhas e flores. “Está se avaliando se vale a pena usar partes distintas. Nas flores o constituinte químico é mais concentrado”, revela Rodrigues.